Metaforas Terapeuticas Erickssonianas

Terapeutas erickssonianos utilizam de metáforas para passar a mensagem sob medida. Ventos que chegam, envolvem, tocam, e se vão. Ir! Caminhar, ventos que envolvem e deixam suas marcas virtuais. Ventos que surgem do coração, de dentro, e vão fazendo seu caminho, boa viagem! José

Tuesday, January 23, 2007

A HISTÓRIA DO PINGO DE CHUVA

Numa nuvem do céu morava um pingo de chuva.Ele considerava aquela moradia, aquela nuvem, um ótimo lugar para se estar. Era uma nuvem muito branca , fofinha e agradável. De lá o pingo de chuva podia ver de perto o grande sol, bem amarelo e brilhante.Como ele era belo. Também do alto podia se ver o verde das matas e o marrom das montanhas que se misturavam com o verde das matas.Era uma vista surpreendente.E mais ,daquela nuvem também podia se ver o azul profundo do oceano com suas ondas brancas que dobravam a cada movimento. Era uma vida tranqüila,viver ali, daquela nuvem. Observar o nascer do sol ,sentir o movimento fresco dos ventos alísios,admirar a lua.- Uau,aquilo era uma vida!!!

Um dia a temperatura quente do ar mudou.Sua moradia se escureceu. Esfriou, e tudo estava estranho. Algo estava no ar.A gota de chuva então sentiu que uma força diferente conduzia a situação a uma mudança.Ela sentiu medo . Era um frio na barriga. Com o frio ele sentiu-se pesado.E mais ,mais,mais pesado. Tão pesado que a força da terra o puxava para baixo.O pingo se agarrou com suas forças para preservar a tudo que ele tinha . Não queria sair de seu paraíso ,de sua nuvem. E então aquela grande força o puxou para baixo. Começou a cair com uma velocidade pequena e depois foi crescendo a descida. As coisas estavam confusas.Como elas estavam confusas. O novo caminho a percorrer,a saída de sua proteção ,a velocidade, o movimento do ar.Era aterrorizante . O pingo de chuva desceu ,desceu ,e desceu.Assim ele notou que descer era só descer. E com o tempo seu medo foi se transformando em um sentimento melhor,era só um friozinho na barriga.Agora ele podia sentir a velocidade de cair e aquilo era muito diferente.Era incrível.Além da velocidade, novas moléculas de ar ele tomava conhecimento.E também a visão sobre a terra mudava,aumentava.O pingo de chuva se permitiu a nova experiência. Aquilo estava sendo fascinante,se permitir abandonar sua vida antiga e dar espaço para outra vida.

Ele caía , caía, caía e desfrutava de sua nova vida. Quando então do solo ele se aproximava ,se aproximava e se aproximava. O pingo de chuva viu por mais uma vez a situação se alterar. Não, frio na barriga não pensava. Aquela força estranha que parecia que era sobrenatural e estava sendo cúmplice novamente da mudança da situação o envolvia.De repente:
- splash,ele se arrebentou na terra. Foi um grande choque .O pingo de chuva sentiu seu corpo em contato com grãos de areia.Aquilo para ele era novidade.Um grão de areia a me envolver.Novamente ele estava desfrutando de uma oportunidade de experienciar uma situação . Já um pouco mais experiente,deixou-se levar protegidamente, sem perder a noção de que era água , que era pingo, que a força misteriosa abria a ele mais um aprendizado.Ele seguiu sua consciência harmonicamente. Aquilo o conduzia . O pingo de chuva começou a entrar no meio dos grãos de terra.Conheceu a escuridão .Conheceu a parte escura da terra e descobriu que lá existem seres vivos que desfrutam daquele lugar.Sentiu-se absorvido por algo piloso e também vivo,mas muito vivo.Era uma raiz.Ela o conduzia a canais finos.Ele experienciou seu corpo de pingo agora moldado em forma de tubo. Não mais lutando com as mudanças,agora aproveitava sua viagem de vida e sentia vida na proteção do desafio.Sentia –se subir.Mas pingos de chuva não sobem.Ele estava subindo. Não era maravilhoso? Foi deslocado até uma folha murcha na ponta de um galho.Chegou lá e fez vida na folha.Como é bom seguir o destino de um pingo de chuva. Fazer o que deve ser feito,confortavelmente.A folha ficou tão feliz com a água que a mantinha viva que no primeiro raio daquela lua ,uma lua feita de prata polida com as unhas do lobisomens das lendas da avós de colo macio.Aquela lua era a moldura para o choro da folha.A folha chorou de felicidade pois fora socorrida pela água da chuva.Ela chorou e chorou.Que choro bom,protegido.Agora podemos ver nosso pingo de chuva dependura na ponta da folhinha verde.Uma transformação .Ele era agora uma gota de orvalho,e foi crescendo até que a força misteriosa que governa as gotas de orvalho o sugasse para a terra novamente.As gotas de orvalho se uniram no solo,e se uniram também as gotas de chuva.Eram um pequeno córrego.Andavam em grupo,lambiam as raízes das plantas que moravam em seu leito.Assim todas as gotas iam se aglutinando,eram córregos,riachos,rios. Nosso pingo de chuva chegava ao mar.Quantos irmãos estavam ali pensavam ele.Será que passaram por medos como ele? Percebia assim que as experiências eram parecidas mas cada um possuía sua própria história e aprendizado.
Naquela manhã ,um vento forte e quente assoprava fazendo o mar ter cheiro.Era cheiro de mar e sol.O sol também pode ter gosto de mar.Aquele vento arrancou o pingo de chuva e fez ele subir.Subiu como nunca e voltou a ser nuvem.De volta ao seu lar,na nuvem branquinha e fofa ele pensou:
-Nossa ,pingo de chuva também tinha medo de chuva forte!
Começou a esfriar,uma força poderosa começou a alterar o ambiente.
As nuvens se escureceram.
O pingo de chuva sabia que ser a água tem que sua importante missão no mundo dos vivos,ser água e agir como água.
Lá do solo a plantinha pode ver um pingo se atirar de uma nuvem,confortavelmente,protegidamente,naturalmente, de uma nuvem do céu em direção àquilo a que viemos .

0 Comments:

Post a Comment

<< Home